No ano de 2012, dado o progresso das linhas de pesquisas no âmbito da leptospirose e reprodução assistida animal desenvolvidas em nossa Instituição, sentimos a necessidade de um novo ambiente experimental para acompanharmos o avanço científico nestes temas. Assim, visando um cenário mais controlado quanto á biossegurança e confiança das respostas biológicas obtidas, planejamos a UniPECO. Seus coordenadores, Profs. Drs. Walter Lilenbaum e Felipe Brandão, obtiveram amparo de diversos órgãos, como a FAPERJ, UFF e CNPq a fim de viabilizar a estrutura física, tendo sido esta inaugurada pelo então reitor da UFF em julho de 2014.
Após uma abrangente revisão da literatura, obteve-se a percepção do pequeno ruminante como modelo animal mais adequado aos projetos na Unidade Experimental. A marcante similaridade entre o sistema imune de ovinos e bovinos ofereceu boas perspectivas para pesquisas em leptospirose naqueles animais, tendo sido o ovino considerado como o modelo ideal para o estudo da enfermidade em ruminantes.
Atualmente a UniPECO conta com duas edificações. O Centro de Apoio Laboratorial da Unidade foi o primeiro a ser concretizado. Neste local é encontrada uma sala de procedimentos equipada com equipamentos para a realização de atividades necroscópicas, clínicas, cirúrgicas e das biotecnologias da reprodução. Além desta sala, ligado por uma janela de segurança para passagem de material biológico, encontra-se a sala de microbiologia e patologia clínica diagnóstica, já equipada e em funcionamento. Nesta edificação ainda contamos com: uma sala de lavagem e esterilização, um escritório, uma copa, um lavabo e um corredor com armários para os funcionários. A segunda construção, composta por dois andares, é o Biotério de Experimentação Animal. Atualmente o piso térreo está em funcionamento e vêm acomodando 24 ovinos. Quanto ao segundo andar, estamos selecionando projetos e parceiros para estudos com outras espécies animais.
O pavimento térreo possui 200 m² e metade deste destina-se a acomodação dos animais. Em consideração as normas internacionais de bem-estar animal, o local possui suporte estrutural para 50 pequenos ruminantes. Os ovinos existentes são mantidos sob ripado de madeira suspenso e parede de bloco estrutural. As quatro baias plenas, com 25 m² cada, ainda permitem uma redistribuição interna por meio de paredes de inox móveis, permitindo flexibilidade na formação dos grupos experimentais. Além disso, as baias para estudo da leptospirose são isoladas do meio externo por telas evitando a entrada de animais sinantrópicos no local. Todos os dejetos sólidos são tratados em esterqueiras próprias. Já os dejetos líquidos passam pela fossa asséptica tratada com bombas de cloro. Após a passagem por este sistema o dejeto é depositado em uma cisterna e posteriormente é recolhido para distribuição na pastagem. Este procedimento evita a contaminação ambiental e permite que qualquer pesquisa com microrganismos de transmissão não-aerógena seja conduzida com confiança. É importante destacar que ambas as edificações são conectadas (sala de procedimentos ao corredor de acesso às baias), o que agiliza a condução dos procedimentos técnicos e reduzindo o risco de contaminação externa e estresse do animal.
Em respeito à Resolução Normativa (art. 9, inciso II) nº 6, de 10/07/12, a UniPECO conta com um Responsável Técnico concursado, Médico Veterinário. A Unidade conta ainda com recursos humanos compostos por funcionários técnicos, graduandos e pós-graduandos. Todos previamente capacitados nas diretrizes da biossegurança e ao manejo de animais infectados.